segunda-feira, março 11, 2013

Desemprego



Não gosto de pensar que estou desempregado. Gosto de pensar que estou entre empregos. Já gostei mais de pensar isto, quando estava apenas há um dia sem emprego, há uma semana, há um mês... Quando passou um mês, achei que a partir daí tinha de ser mais incisivo na minha procura, mais específico. Não perder tempo com candidaturas espontâneas, chorrilhos de emails que devem receber estas empresas que, por serem de grande dimensão, toda a gente assume que precisam de alguém exactamente com as suas competências. Já lá vão 4 meses que não concorro a empregos fantasma (candidaturas espontâneas). Concentro-me em ofertas de emprego profundamente relacionadas com a minha área e cujo perfil requisitado é exactamente o meu. Se pedirem experiência de 5 anos no sector dos fósforos, não concorro. Se pedirem alguém que saiba alemão, não concorro. Tento ser o mais exacto possível na descrição do meu percurso académico e profissional. Tento realçar a minha experiência num ou noutro aspecto quando é extremamente relevante para o cargo em questão (Procuram alguém para gerir o marketing de uma Marca de Roupa de Crianças, EU JÁ FIZ ISSO! [Isto aconteceu, não tive resposta]). Pensei que esta abordagem à procura de emprego me traria resultados em breve. E desde então nunca disse não a nada. Continuo entre empregos.

Curioso este mercado da procura de emprego, porque, tal como todos os mercados, também se sujeita às leis da procura e da oferta.  Infelizmente, como os activos a trocar são capital humano, sinto que se atropelam as regras do bom senso. Vivemos numa época em que a oferta é muito maior do que a procura e, por essa razão, atropelam-se protocolos, boas maneiras e boas práticas. Para paralelizar com a realidade, considero que ser chamado duas vezes para uma entrevista pessoal numa empresa em que, à segunda vez, (shorlisted), nos sentamos com a directora geral que sorri e aparentemente tudo corre bem, é merecedor de um telefonema a dizer, lamento não conseguiu a posição. Escolhemos outra pessoa para o lugar (outra pessoa que sabemos que conhece). Não, em vez disto... silêncio. Na minha opinião, falta de educação.

(...) É o meu desejo trabalhar numa empresa de média/grande dimensão onde a ciência do Marketing seja aceite e compreendida. Onde eu possa acreditar no produto a promover. Procuro estabilidade profissional e financeira e uma plataforma que me permita desenvolver competências. Quero estar inserido numa equipa, quero ter objectivos. (...) Motiva-me pensar que existe um lugar para mim, numa empresa com valores, que não trata os candidatos da mesma forma que muitas outras. Como objectos. Descartáveis. 

2 comentários:

Sintra disse...

Forca Neca!

Semisovereign People at Large disse...

emigra, brasil tá cheio de marqueteiro desempregado que vinham pra Portugal e agora demandam Angole e Mozambique

forca neca parece-me excessivo
auto-asfixia erótica matou carradinhes de kung-fu

nos anos 80 algures havia gente que dizia ser importante ter objectivos de vida

tão todos no funcionalismo
o resto sem objectivos

anda tudo na migra ou no fundo do IEFP