quinta-feira, abril 07, 2011

A Fun Week

Como sempre neste blog, os períodos "secos" devem-se a uma de duas razões. Ou não se passa nada que valha a pena partilhar, ou por lado "there's a lot happening" e não dá tempo para escrever sobre isso. Pois bem os últimos dias têm sido muito preenchidos.

Com a chegada das primeiras visitas à minha pessoa, e à minha cidade, havia toda uma vontade de de conhecer os "cantos à casa". E vontade trouxeram elas!

Dona Catsy sempre organizadíssima, nunca saía de A se não soubesse onde era B. E já a pensar que em breve teríamos que ir para C. Dona Racks, mais preocupada com os Frozen Yogurts e as fatias de pizza, seguia de boa vontade os elaborados planos de Dona Catsy. E dia após dia se construiu uma semana de visitas e passeios que começavam bem cedo, para elas, enquanto eu ficava a fazer trabalho de escritório, para nos encontrarmos da parte da tarde e regressarmos apenas depois de cair a noite. Sempre com mil sacos atrás, pois isto não é ao acaso que se chama a capital do consumo. Está, como agora também elas sabem, intrínseco na cultura dos Americanos o desejo de vender e de ganhar.

Após a visita de museus, parques, ruas e avenidas, sobrou também tempo para visitarmos alguns (um ou dois) bares. E se começamos por ir ao Rudy's, depressa o nível aumentou para um patamar que fica do nosso alcance enquanto trabalhadores com "salários de Portugal". Não obstante, fomos ao Blind Barber que se revelou mais uma vez, para mim, o bar mais cool a que fui. A história deste bar é que fica nas traseiras de um barbeiro, Mas quando digo nas traseiras, não quero dizer que fica no edifício imediatamente a seguir, quero dizer que da rua, quando se olha para o Blind Barber, tudo o que se vê é literalmente um Barbeiro. Um barbeiro que às 22h está em pleno funcionamento com clientes e profissionais do corte capilar. Acontece que para encontrar este bar, é necessário entrar no Barbeiro, não olhar para ninguém (uma espécie de primeira regra do Fight Club) e atravessar o estaminé, abrindo uma porta de correr que se encontra no final. Aí, damos de caras com um bar, muito ao estilo dos filmes do Al Capone, e depressa percebermos estarmos naquilo que devia ser um bar clandestino no princípio do século XX. Na altura a imposição da lei seca, levou a que o consumo de bebidas alcoólicas fosse controlada pela máfia, e locais como o deste bar serviam para que as mesmas fossem consumidas sem o conhecimento público. Este bar, original ou recriado, isso não sei, retrata o espírito da cidade nessa época e garanto-vos que mesmo sabendo isto que sabem agora, se um dia lá forem, vão ficar tão impressionados quanto eu. You won't see it coming.

No meio das peripécias, fomos também ver um espectáculo da Broadway. Optámos pelo Billy Elliott que sabíamos ter garantido para além da cantoria, uma boa dose de dança. Pois valeu cada penny. A Broadway tem algo de mágico, assim como a cidade que a circunda, não pára, é dinâmica. São uns 50 espectáculos e estão sempre a esgotar, mesmo a preços altíssimos. E a razão é simples, qualidade. A qualidade dos cenários, da encenação das performances, do guarda roupa. É tudo aquilo que a Revista portuguesa não é, não é piroso, é enchanting!

Só duas referências aos museus, o Guggenheim deslumbra pela estrutura magnífica em espiral, e o MoMa pelo espólio interessante e que incluí até a identidade gráfica da Casa da Música. Dois 'must see' para qualquer cidadão do Mundo.

Na sexta, chegou o Nuno, directamente de Paris, carregado com ideias do que seria NY e cuja primeira impressão foi muito similar à minha "isto parece o GTA", pois eu a primeira vez que ouvi uma conversa entre dois americanos pensei "parece que estou num filme".

Para além desta semana mais descontraída estou a meio de uma semana de trabalho intensa. "As we speak (write)" estou num avião a caminho de São Francisco para o Annual Tasting of Portuguese Wines. Ontem aconteceu em Nova Iorque e na quarta será em SF. Portanto, Busy Busy, Busy. A prova em Nova Iorque teve direito à visita do Senhor Embaixador em Washington, com o qual conversei um pouco. O facto de estar no avião enquanto escrevo isto (NY-SF), e a propósito daquilo que antes escrevia, faz me lembrar um aspecto em que os americanos são sublimes, que é nos serviços. Enquanto passageiro deste voo tenho a possibilidade de me ligar à Wi-Fi do avião, sim, wireless no avião. Estamos a falar de um voo de 5h e 40 min, Se quero ter net a 30 000 pés de altitude? CLARO QUE SIM, muito obrigado. O que é preciso fazer, nada mais do que inserir os dados do cartão de crédito pois claro. Isto é qualidade de serviço, as pessoas vão todas entretidas, os miúdos vão a jogar jogos da Disney, as hospedeiras são menos incomodadas.. Outro aspecto foi o shuttle para o aeroporto. Ontem à noite, já bem tarde, fui ao site do Super Shuttle, e disse: "ah e tal quero estar em La Guardia às 11:30". Pus os meus dados e tal, shuttle marcado para as 9:35. Quando de manhã me ligaram a perguntar se podiam passar às 9:15, acedi. Mais revelou-se impossível cumprir esse horário pelo que ficou combinado que iriam buscar o próximo passageiro e que voltavam. Quando finalmente fiquei pronto, decidi ligar para a central para avisar. Assim que ligo diz me uma voz, o senhor tem um shuttle marcado para as 9:35, a sua 'van' encontra-se na rua 53 e estará em sua casa daqui a aproximadamente 5 minutos. E eu :O. Isto sim, é organização, é serviço, é organização. Chegou à minha casa às 9:35 em ponto.

Estas são algumas diferenças de um povo orientado para os resultados.

Para terminar, quero dizer que quem marcou viagem para aqui, antes de eu saber sequer quando vinha, só pode ser pretty amazing, thanks girls, I had a blast!


Assim que possível, este post será actualizado com fotografias. ;)

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