quinta-feira, outubro 11, 2007

Oktoberfest Road Trip Parte 2/3




Depois de termos os planos delineados e finalmente decidido por onde íamos, andámos uns 500m e fomos parados pela policia. Operação Stop, para começar bem a viagem. Isto representou um problema porque era eu que estava a conduzir o carro e oficialmente só o Léon o podia conduzir. Mas a primeira coisa a fazer é perguntar logo se fiz alguma coisa errada, ao que a sra policia diz que não, que é uma operação de controlo. Assim que lhe dou a minha carta de condução ela pergunta-me se aquela é a minha carta de condução Internacional e eu: WTF ?? É a minha carta portuguesa, não chega? Mas tudo se resolveu ao mostrar o os documentos do carro que vinham num grande envelope amarelo a dizer HERTZ, ao mesmo tempo que perguntava-mos uma segunda vez e a fazer olhinhos de Bambi (técnica ineficaz junto dos GNR de bigode) Did We Do Anything Wrong ?
A reacção dela foi dizer ao colega: portugueses... E deixou-nos ir sem sequer olhar para os papéis. (Acho que nos parou porque iamos com os faróis ligados, a partir daí fomos com as luzes desligadas para não levantar suspeitas (excepto à noite claro)).

Desta já nos safemos, agora a vie periphérique deve ser fácil. E por acaso até foi, como era manhã o maior tráfego dava-se no sentido oposto para entrar em Paris. Assim seguimos todos contentes para a A4 que nos havia levar para o fantástico mundo das autobahns. Logo na primeira paragem a condução passou para o Hans, que achou que devia guiar-se a ele próprio até o seu destino, Sarrbrucken. Pelo caminho vimos muita paisagem campestre, algumas esculturas de auto-estrada e o momento alto desta viagem foi sem dúvida o facto do Léon não conhecer os Chuck Norris Facts e uma vez que lhos comecei a contar, riu-se tanto tanto que primeiro perdeu a voz, e depois tivemos de parar para ele ir urinar visto que a sua força de retenção era muito reduzida no momento. Podem ver o vídeo disto mais tarde quando eu conseguir uploadar para o youtube.

Chegados a Sarrbrucken encontramo-nos com a amiga do Hans que o esperava e depressa nos despedimos dele e fomos procurar um sitio para almoçar na rua principal. Nunca mais o vimos e este foi o fim da nossa viagem com ele. Ficámos 6 e o facto de termos duas austriacas deu-nos imenso jeito porque falam alemão e nenhum de nós pesca mais do que Hallo. No almoço que tivemos na rua pedonal comercial de Sarrbrucken ficámos a saber que tal como o inexistente tacto alemão para a maneira como se vestem e apresentam está também presente nas bebidas que bebem. Lá fazem uma coisa que se chama Spetzi (ou parecido) que não é nada mais do que Pepsi com Fanta... e gostam... bem, que horror de bebida.

A cidade não é muito bonita convenhamos, tem prédios novos no meio de prédios antigos e não estão propriamente integrados, dá a ideia que é uma mistura de francês com alemão, como que uma cidade francesa arrasada pela falta de gosto dos alemães.

Quando saímos em direcção a Munique já eram umas cinco horas e a Vicki guiou-nos durante uns 100km quilómetros e perto de Stuttgart a Irene tomou conta do volante e levou-nos até Munique, quando lá chegámos falhamos a saída, coisa que não é difícil de acontecer porque os alemães tendem a proporcionar isso usando o Alemão em toda a sinalética da estrada (vá se lá perceber porquê). Andámos um pouco perdidos nos outskirts e perguntámos a varias pessoas como ir para a Oktoberfest e surpreendemente ou não sabiam ou diziam que estava fechada que já tinha acabado e nós achamos estranho. Pergunta não pergunta, troca a Irene com o Léon e a primeira coisa que ele faz é entrar no Burger King em sentido contrário pela saída. A partir daí acabou-se o Léon ao volante. lol Ele não se importou muito, afinal de contas ficou muito admirado de um carro daquele tamanho ter mudanças manuais e quando lhe disse que o motor era 1800... até lhe caiu o queixo. Claro que Diesel era uma palavra que ele só tinha ouvido falar remotamente. Mais tarde recordou esta mesma palavra quando pôs combustível no carro pela primeira vez na vida dele!!! e já conduz à três anos, mas no México pelos vistos em nenhum sítio se põe o próprio combustível no carro, e então ele nunca o tinha feito, foi cómico para todos nós. Coitado deve-se ter sentido de classe social inferior ou assim.

Depois do Burger King guiei-nos eu (e muito bem) para o centro de Munique em direcção ao recinto da Fest. Não foi fácil lá chegar porque os alemães por algum motivo esquisito não anunciam a festa pela cidade fora e muito menos põem indicações do caminho para os visitantes. Quando entrámos no recinto estava de facto às moscas, já só lá estavam aqueles que não se conseguiam levantar, que por sinal eram muitos. Começamos a ver o pessoal vestido com o traje tradicional que é no mínimo cómico. Calções de couro com suspensórios integrados, uma camisa, uns sapatos tortos e um chapéu para os homens, e aquele vestido ridiculo das mulheres com um push-up para as mamas, parecem pastoras de ovelhas. Vimos também um gajo vestido de Flash Gordon, não sei se se vestiu assim antes ou depois das cervejas.

Como ali era só Oktober e nao havia Fest, dirigimo-nos ao bar mais próximo, lá sim, havia Fest. Sentámo-nos numa mesa comprida, num dos cantos e pedimos as nossas bebidas, eu que já não estava sob o efeito dos analgésicos pedi um panaché e fikei com medo que fossem gozar comigo mas a Veronika pediu um chá e assim gozaram com ela, lol (eu incluido).
Nisto vem um grupo de pessoal e senta-se no outro canto da mesa, tudo bem. Passado outro bocado vêm dois tipos todos contentes sentam-se a meio e começam a falar para um lado e depois para o outro e quando damos por ela, já somos todos amigos e já conhecemos um par de canadianos e meia dúzia de americanos. Pela conversa e tal os americanos lá descobrem que não temos onde ficar e lembram-se da proposta mais manhosa. Vêm todos dormir ao nosso quarto. Txi isto criou muita discussão dentro do grupo, por um lado precisávamos desesperadamente de um sítio para fikar, por outro era muito arriscado ir com akele pessoal que não conheciamos de lado nenhum. Então entre dois goles de cerveja chegámos ao meio termo perfeito. Iamos com eles, dormiamos no carro e de manha subiamos ao quarto para tomar banho. Dito e feito. Seguimos o táxi deles e fomos até ao hotel que era o Holliday In. Dormimos no parque de estacionamento, não muito bem devo acrescentar, e às 8 subimos, dois a dois para não levantar muitas suspeitas e fomos ao quarto deles (eram três, num quarto de dois) batemos à porta e deixaram-nos entrar e tomar banho e sair. Foram Super-Cool Raúl! Óbvio que só fomos porque estávamos profundamente convencidos que eram uns gajos porreiros e disseram-nos que também viajavam muito e que adoravam que alguém lhes fizesse o mesmo. Bottom line é que correu tudo bem, ficámos muito gratos, trocámos emails e seguimos o nosso caminho.


4 comentários:

Veiga disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Acabei de ler o teu texto e goetei imenso!
Um abraço e boa estadia.
Manel

Anónimo disse...

então a terceira parte?

Estamos todos a sofrer para saber o resto...

Anónimo disse...

Ora portanto o teu amigo Hans lá ficou na cidade Starbucks!


No méxico não põem gasolina? será que os donos das bombas têm medo que os mexicanos roubem as mangueiras ou assim?


Por falar em operações stop... parece ser um procedimento comum aqui nas varandas da foz. A questão é: se te deslocares num jaguar ou num mercedes ninguém te manda parar mas se estiveres a conduzir um citroen AX ou um fiat Uno és mandado parar imediatamente... tenho medo que me parem e acusem de duplo homicidio quando vou a conduzir o Rover do ano de 1996 LOL

=)



Yours, Nuno