Hoje recebi isto por email e quase que enviava para toda a gente. Seria a primeira vez que mandava um emial em massa. Quando abri a lista dos contactos e vi que tinha que seleccionar os que queria desisti logo. Vou masé dormir. Fica aqui o texto. É importante, a sério.
http://www.ramiromarques.blogspot.com/
Achei interessante este artigo:
Vou contar pela primeira vez um episódio que esteve na génese do
processo de avaliação de desempenho dos professores. O secretário de
estado, Valter Lemos, que eu conheço desde os tempos em que estudámos
juntos na Boston University, já lá vão 24 anos, pediu-me para reunir
com ele com o objectivo de o aconselhar nesta matéria. Tenho de
confessar que fiquei admirado com o conhecimento profundo e rigoroso
que Valter Lemos mostrou ter da estrutura e da organização do sistema
educativo português. Enquanto estudante, habituara-me a ver em Valter
Lemos um aluno brilhante e extremamente trabalhador, qualidades que
mantém passados tantos anos. No início, fui um entusiasta da avaliação
de desempenho dos professores pois considerava que manter o status quo
era injusto para os professores mais dedicados e competentes. Nessa
altura, eu encarava a avaliação dos professores como um factor de
diferenciação que pudesse premiar os melhores e incentivar os menos
competentes a melhorarem o seu desempenho. Fiz algumas reuniões de
trabalho com a equipa técnica do ME e logo me apercebi de que a
Ministra da Educação estava a engendrar um processo altamente
burocrático, subjectivo, injusto e complexo de avaliação do desempenho
que tinha como principal objectivo domesticar a classe e forçar a
estagnação profissional de dois terços dos docentes. Ao fim de duas
reuniões, abandonei o grupo de trabalho porque antecipava o desastre
que estava a ser criado. Nas reuniões que eu tive com a equipa técnica
do ME, defendi a criação de fichas simples, com itens objectivos, sem
a obrigatoriedade da assistência a aulas, a não ser para os casos de
professores com risco de terem um Irregular ou um Regular, e com um
espaçamento de três anos entre cada avaliação. Hoje, passados três
anos, considero que se perdeu uma oportunidade de ouro para criar uma
avaliação de desempemho dos professores realmente objectiva, justa,
simples e equilibrada. Em vez disso, criou-se um monstro que vai
consumir milhões de horas de trabalho nas escolas e infernizar a vida
de muitos professores, roubando-lhes a motivação e a energia para a
relação pedagógica e a preparação das aulas.